segunda-feira, 2 de julho de 2012

Alto e pára... a análise!

 @luanacunhaferreira


Quando é que se pode finalmente parar com a análise qualitativa? 
P.A.R.A.R.
Quando?


Quando se tem uma constelação de temas que se configura em redor de uma única categoria, qual sistema solar em órbita à volta do astro-rei?

 @luanacunhaferreira



Quando percebemos que já não estamos a ver (nem a sentir, nem a imaginar, nem a ligar nem a criar) nada de novo a partir dos dados, e que por mais que os viremos ao contrário, do avesso, de trás para a frente....já não dá mais?

Curran Clark photography

...ou quando já só queremos arranjar um novo problema para resolver, um novo fenómeno para indagar....um novo qualquer coisa...?




Lyn Richards (2005), no seu livro Handling Qualitative Data  (que recomendo vivamente, especialmente a quem faz grounded theory), sugere 5 sinais que indicam que a análise realizada é suficiente:

1. 
Simplicidade
Produzimos um cristal multifacetado ou uma amálgama de diamantes em bruto ?

2. 
Equilíbrio: 
O esquema resultante da análise é coerente? organizado?

3. 
Integração: 
Explica o fenómeno em estudo e inclui algumas possíveis variações do mesmo?

4. 
Robustez
Será uma proposta forte o suficiente para não se deixar desmontar facilmente pela inclusão de novos dados?

5.
Relevância
Faz sentido para as audiências a quem se dirige? 


Estes princípios são úteis na medida em que nos alertam para um erro comum em análise qualitativa. A identificação de temas, por si só, parece mas não é suficiente para satisfazer estes critérios de qualidade. Para uma investigação qualitativa de qualidade, é necessário contextualizar e ligar esses temas, de forma a construir um argumento coerente suportado pelos dados - que seja útil para os interessados e interessante para o revisores...

***

Referências:
Bazeley, P. (2009).  Analysing qualitative data: More than ‘identifying themes’Malaysian Journal of Qualitative Research,  2, 6-22.
Richards, L. (2005).  Handling qualitative data. London: Sage. 



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